15.4.16
Não miga, ciúme não é prova de amor.
Stop. Pare miga, pare muito!
Reclamar do teu decote, do tamanho da tua saia, não é prova de amor.
Reclamar do comentário do coleguinha na tua foto na rede social e mandar excluí-lo sob chantagem de terminar namoro, não é prova de amor.
Fazer barraco porque você encontrou teu amigo de faculdade na rua não é prova de amor.
Brigar contigo na balada porque tem um carinha que não tira o olho de você, não é prova de amor.
Pedir desculpa e dizer que é porque te ama muito e você o deixa louco de tesão, não é prova de amor.
Pedir desculpas também de qualquer forma não vai mudar nada, ele sempre terá ciúmes de você. E esse ciúme tem um nome: Controle.
Segundo o site: http://www.psicologosberrini.com.br/terapia-de-casal/ciume/
"O ciúme é uma emoção desencadeada por uma ameaça “real ou imaginária”. Estes dois tipos podem fazer com que o sujeito sofra muito com seus pensamentos e ilusões.
Há também um tipo de ciúme chamado ciúme patológico definido por um sofrimento exacerbado, acompanhado com comportamento de perseguição e inquietude frequente. Esses são os tipos de ciúmes que mais incomodam os parceiros, pois está mais em evidência nos comportamentos do ciumento."
Mas até que ponto é válido fazer uma terapia de casal? Para questões sutis, como eventuais desconfianças talvez. Mas aquele ciúme que controla, que anula o outro, não tem jeito, a saída é a distância mesmo. É um relacionamento sem futuro, sem solidez, baseado no controle, na possessão.
Ele restringi sua liberdade pois é mais mais fácil para a conduta insegura dele ter uma mulher 'no cabresto'. Mas não pense que vai ser igual. Você não poderá ir na festa da amiga mas ele continuará saindo com os amigos. Você não pode usar saia curta. Ele vai ficar por aí sem camisa. Você vai deixar de falar com amigos e até amigas. Ele vai continuar falando com todo mundo. E isso já se enquadra em relacionamento abusivo.
Passei por uma tv agora e passava sobre mais um caso de feminicídio. As brigas por ciúme eram constantes. Depois do companheiro agressor quase matar a vítima, ela decide se separar. Mas depois de meses, ela volta a se relacionar com ele. E morre, assassinada por ele. Ela dizia que as brigam eram por ciúme, amor demais...
Tem algo errado no entendimento sobre amor. Amar é acima de tudo respeito. É querer ver a felicidade do outro. É ver que, se alguém é livre pra ir embora e não vai, é porque quer realmente ficar.
Desde pequenas somos inclinadas a achar que o certo é aquele amor de novela, de filme. Um macho opressor segura a mulher pelo braço, a puxa e a beija com força. O diálogo sempre vem repleto de frases como: "Você é minha!" e a mulher está sempre sob domínio do homem. A gente aprende sobre relacionamentos de um modo errado. Encarando a posse com normalidade. Claro, muitas de nós, aprende com o tempo que a coisa não funciona assim. Mas e as moças que agarram seu ideal de homem ou príncipe encantado e ficam alienadas? Para estas, voltamos a falar da sororidade. Muito diálogo e paciência pra desconstruir algo que foi lapidado por anos...
A verdade é que muitas mulheres não querem abrir seus horizontes. Se apegam a idéia de que precisam ter um relacionamento fixo não importa como é esta relação. A idéia de perda e de fracasso apavora a mente dessas mulheres. Elas querem mostrar que conseguem manter um relacionamento e parte dessa cobrança vem desse sistema cultural de que a mulher deve saber segurar marido. Muitas ainda se tornam dependentes de seus companheiros. Algumas tem dependência emocional e outras tem dependência financeira. Se um homem diz que não quer que você trabalhe fora por ciúmes tenha certeza que você tem um relacionamento super abusivo e isso vai acabar muito mal.
Então, voltando ao início, não se sinta orgulhosa ou querida se seu namorado ou companheiro sente ciúmes e te proíbe fazer algo. Isso é motivo pra terminar a relação ok? Ter um relacionamento abusivo não é saudável, a longo prazo você terá sua saúde mental destruída, podendo ter depressão, ansiedade e outras doenças. Algumas mulheres não conseguem imaginar perder o namorado e vê-lo com outra. Acredite, você só tem a ganhar se livrando de uma pessoa possessiva. Com o tempo, você verá como sua vida pode mudar pra melhor. Procure amigas e amigos, saia e se divirta. Se permita viver e ser feliz, você merece. Existem pessoas e pessoas nesse mundo. Não se restrinja a uma pessoa doentia e egoísta. O amor nasce primeiro por nós mesmas, depois pelo outro.
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ciúme,
controle,
relacionamento abusivo
"Feminista é tudo feia e mal comida". Segundo o ômi do post.
Vamos pela lógica do ômi que falou lá no post da miga. Ele diz: 'Feminista é tudo feia e mal comida.' O que ele pensa: "Tática para afastar as mulheres da verdade. Falo que é coisa de mulher gorda, peluda e feia. Nenhuma mulher quer ser assim não é mesmo? Elas querem ser desejáveis. Além do mais, é uma ofensa numa cultura que prioriza a beleza e juventude feminina. As moças que continuarem dentro do nosso sistema machista serão agraciadas com nossa afirmação e aceitação". E comenta: "Muito bem fulana! Você sabe pensar. Não é como essas feminazis mal comidas".
A manipulação é forte. Onde eles aprenderam essa maldita arte? Isso vem de séculos e séculos atrás. Passando em gerações. Com certeza teu pai absorveu, teu irmão e teu filho se você não fizer algo pra mudar a cabeça dele e torná-lo uma pessoa melhor para o mundo.
Não é culpa só das famílias. Existe toda uma cultura em torno disso. A sociedade, a mídia, tudo se baseia na manipulação e controle do corpo da mulher e de como essa mulher deve se comportar socialmente.
Sobre essas postagens, é melhor ignorar, denunciar, ridicularizar se for a última opção. Mas nunca entre em debate pois essas pessoas estão lá para desestabilizar o argumento das mulheres. Não há respeito. É um ataque. É guerra de gênero.
Sabemos que existem grupos de machistas que se reúnem para atacar postagens. Existe uma militância em torno disso. É o opressor lutando pra não perder sua presa, seu direito de dominar. Se o ataque for ofensivo ou caracterizar crime você pode denunciar pelo facebook (sim, sabemos que as vezes nem adianta), no site safernet, no humaniza redes, no denúncia uol e ministério público federal ( tem que clicar num link na barra inferior e baixar um manual).
Precisamos ter força, ter inteligência emocional e seguir firme na luta.
Por Chriscia Costa
A manipulação é forte. Onde eles aprenderam essa maldita arte? Isso vem de séculos e séculos atrás. Passando em gerações. Com certeza teu pai absorveu, teu irmão e teu filho se você não fizer algo pra mudar a cabeça dele e torná-lo uma pessoa melhor para o mundo.
Não é culpa só das famílias. Existe toda uma cultura em torno disso. A sociedade, a mídia, tudo se baseia na manipulação e controle do corpo da mulher e de como essa mulher deve se comportar socialmente.
Sobre essas postagens, é melhor ignorar, denunciar, ridicularizar se for a última opção. Mas nunca entre em debate pois essas pessoas estão lá para desestabilizar o argumento das mulheres. Não há respeito. É um ataque. É guerra de gênero.
Sabemos que existem grupos de machistas que se reúnem para atacar postagens. Existe uma militância em torno disso. É o opressor lutando pra não perder sua presa, seu direito de dominar. Se o ataque for ofensivo ou caracterizar crime você pode denunciar pelo facebook (sim, sabemos que as vezes nem adianta), no site safernet, no humaniza redes, no denúncia uol e ministério público federal ( tem que clicar num link na barra inferior e baixar um manual).
Precisamos ter força, ter inteligência emocional e seguir firme na luta.
Por Chriscia Costa
Canal Afros e Afins da Nataly Neri
Recomendamos o canal Afros e Afins da Nataly Neri.
A Nataly, é pós-graduanda em sociologia e também é uma ótima trançadeira especializada em dreads de lã, box braids e nagô. Em seu canal no YouTube compartilha vídeos sobre assuntos referentes ao feminismo, identidade e estética negra e outros assuntos importantíssimos. No canal você também encontra muitas dicas de moda.
Quando assistí pela primeira vez achei seus vídeos superinteressantes e sinceros. Sabe aquele canal que faz você clicar em um vídeo, depois outro e outro? É o dela. E a Nataly é linda!
https://www.facebook.com/AfroseAfins
https://www.youtube.com/watch?v=o73oVBJVM2M
https://www.youtube.com/watch?v=eGKhmkoX3LQ
A Nataly, é pós-graduanda em sociologia e também é uma ótima trançadeira especializada em dreads de lã, box braids e nagô. Em seu canal no YouTube compartilha vídeos sobre assuntos referentes ao feminismo, identidade e estética negra e outros assuntos importantíssimos. No canal você também encontra muitas dicas de moda.
Quando assistí pela primeira vez achei seus vídeos superinteressantes e sinceros. Sabe aquele canal que faz você clicar em um vídeo, depois outro e outro? É o dela. E a Nataly é linda!
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Misógino pacífico?
Mais um dia presenciando meu pai em frente a tv ofendendo quase toda mulher que ele assiste. Vadia, vagabunda (com a boca cheia), puta, burra. Sim, ele é misógino. Misógino pacífico daqueles que são oprimidos pela esposa e passam a nutrir ódio pelas outras mulheres. A primeira e a última palavra sempre foi da minha mãe, autoritária e abusiva com todos. Mas ele nunca teve coragem para resolver seu problema pessoal. Eu achava que tinha o melhor pai do mundo por ele não me bater. Sim, minha mãe me surrava pra descontar suas frustrações. E eu via no meu pai, o homem que não me surrava e nem gritava comigo, um homem pacífico. Somente na fase adulta percebí que ele foi omisso e covarde. Lavava as mãos para não entrar em conflito com minha mãe. Mas isso é outra história. O que quero falar aquí é sobre ter uma filha mulher e abraçá-la completamente. Sentir seus desejos, suas alegrias e sua dor. Compreender e amar de verdade, o amor incondicional.
Sempre notei uma certa distância em relação a mim, mas achava que essa distância se devia apenas aos conflitos do meu pai com minha mãe e com seus trabalho árduo na metalurgia. Eu queria brincar de futebol mas era raro ele brincar comigo, preferia não falar de futebol e ignorar minha coleção de figurinhas de jogadores de futebol que vinha no chiclete ping pong. Ao perguntar sobre jogadoras, ele respondia: "Não tem não, mulher não sabe jogar direito, não tem como". Era muito sutil e eu não percebia o machismo, apenas sentia tristeza com aquilo. Qualquer coisa relacionada a mulher que eu perguntava, a resposta era sempre negativa e eu cada vez mais decepcionada. Cheguei a pensar, "Droga, eu nascí mulher e não posso fazer nada". Brinquedos como carrinho, armas de brinquedo, soldadinhos... Enfim, não podia ter, era coisa de menino. Mas havia falas carinhosas, passeios de domingo na feira, expressão terna. Iludida por essa luz 'pacífica' em meio a turbulência da vivência com minha mãe, não percebia o viés machista a me julgar, me inferiorizar, me frustrar. Talvez não fosse a intenção plena dele me oprimir ou inferiorizar mas havia algo arraigado em seus pensamentos o fazendo se comportar de forma ignorante e preconceituosa.
A culpa era minha claro, por ter nascido do gênero errado. E o azar do meu pai foi ter tido filha mulher. Como se orgulhar em meio aos seus amigos 'ômis' e seus filhões com camisa de futebol tendo uma menina de vestido rosa pela mão?
Tenho certeza que se eu fosse homem a promessa da autoescola e do carro se cumpriria ainda na adolescência. Sairíamos juntos e ele nunca me recusaria uma partida de futebol. Ah, eu teria o tão sonhado ferrorama, armas de brinquedo e carrinhos que eram coisas de menino e imagina, eu não poderia ter. Também não haveria problema em trabalhar ainda na adolescência, homem que é homem trabalha. A mulher fica em casa, cuidando da mesma. Tudo o que eu deveria fazer era ficar 'mocinha' e esperar o momento certo pra arrumar um bom '$' marido. Esse era meu destino.
Um destino meia boca, no tropeço. Uma vida conturbada e triste. Eu me pergunto todos os dias, se eu fosse homem, o quão diferente teria sido. As oportunidades, o respeito, o caminho percorrido. Talvez não muito diferente pelo fato de ter uma mãe opressora, quem sabe um pouco diferente sim, por ganhar um pai por completo. A má notícia é saber que poderia ser mais um 'recrutável' ao grupo da misoginia. Não, pensando bem, é melhor ser mulher. Eles é que devem se adequar a mim e não eu a realidade deles.
Por Chriscia Costa
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