1.2.16

Seja consciente e venha com a gente


 Dificilmente uma mulher que tenha recebido a lavagem cerebral dessa sociedade podre irá entender. O cristianismo, o patriarcado, a objetificação da mulher e a falsa valorização da mulher através de mecanismos capitalistas irão nos afligír por mt tempo... A mulherada precisa ter uma sacada nisso tudo. Lembrar que os homens estão sempre unidos em suas rodas de conversa e chopp. Enquanto a mulherada fica falando mal
uma da outra, depreciando, invejando, tentando sabotar de alguma forma. Então nós dizemos a essas mulheres: Não seja um produto, seja consciente e venha com a gente.

1- Elogie outra mulher, seu corpo, sua roupa, sua inteligência ou habilidade específica.
2 - Ouça o que sua amiga tem a dizer sobre seu relacionamento sem culpá-la. Aconselhe.
3 - Seja segura de sí, confie no seu taco e não tenha medo que outra mulher tome seu lugar.
4 - Não destrua a reputação de outra mulher pra se sentir segura consigo mesma ou com sua relação.
5 - Meça seu palavreado moça. Você sabia que 'puta que paril' e 'filha da puta' são extremamente machistas? (Vamos falar sobre isso em outro post).
6 - Não entre em uma competição exaustiva com outra mulher, se a competidora for ela, se afaste ou esclareça que isso não as levará a nenhum lugar, só a desentendimentos.
7 - Inveja e recalque é algo que está sendo amplamente difundido. Isso serve apenas pra colocar-nos onde homens querem: umas contra as outras. Precisamos competir beleza pois essa beleza é na maioria das vezes subserviente, é para os machos. E eles ficam orgulhosos de saber que são o centro da sua vaidade. Você precisa realmente disso?
8 - Nossas mães e filhas devem ser nossas melhores amigas. A sororidade começa em casa. 
9 - Tente explicar para outras mulheres o que é relacionamento abusivo, o que é sororidade, como funciona este sistema que nos coloca uma contra as outras. Aos poucos a idéia vai tomando corpo e sendo compreendida.
10 - Não proteja seu parceiro em caso de traição. A culpa não é da puta que roubou seu homem. A culpa é dos dois. Muito mais dele do que dela. Sabe porquê? Porque ela não tem compromisso contigo mas ele tem. Não deixe que ele se faça de coitado.

 Fighting models Naomi Campbella e Linda Evangelista do battle for dsquared
Por Chriscia Costa

Relacionamento abusivo: O prepotente e arrogante



Uma pessoa muito nociva para a mulher é o prepotente e arrogante. Com certeza uma relação abusiva, altamente desrespeitosa onde a maior prejudicada é a mulher. Desde stress passando por depressão a problemas cardíacos. Estar numa relação dessas é se destruir. A mulher perde tudo, auto estima, segurança, autonomia, saúde. O prepotente e o arrogante ou quem é as duas coisas juntas é uma péssima pessoa para se relacionar. Inicialmente, para se valorizar, ele tenta impressionar, tratar bem o outro. No decorrer da relação, ele se volta pra sí e mostra as garras. Lobo em pele de cordeiro. Na realidade, quer a atenção para sí, o tempo todo. Quer protagonizar e dominar tudo ao seu redor. Não aceita ser contrariado, não, ele nunca perde a razão. A mulher que está envolvida com uma pessoa dessas, pode ficar presa na relação já que ela perde a percepção do que é certo ou errado. É como se ele estivesse certo e no fundo, ela estivesse errada. É importante tentar pontuar para estas mulheres que o companheiro está errado e oferecer apoio para que ela se fortaleça e abandone a relação abusiva.

O Prepotente e arrogante


* Jamais se considera arrogante. Em sua opinião, ele apenas defende suas posições e princípios.
* Quando fracassa, a culpa é dos outros ou a sorte não o acompanhou.

* Cobiça o sucesso dos outros, mas é claro que não assume isso, “afinal ele é a personificação do sucesso”.

* Quando reconhece um erro, o que é muito raro, justifica-o mentindo ou omitindo detalhes.
* Exige ser ouvido, mas não dá ouvidos à ninguém.
* Quando solicita opinião, é apenas um meio de autoafirmação. Seu desejo é ser aprovado, caso contrário desconsidera a opinião dada.
* Humilha e destrata quem o desagrada ou tem opinião diferente da sua.
* Acha que tem controle sobre tudo, inclusive sobre as pessoas.
* Tem solução para os problemas alheios, mas jamais consegue resolver os seus.
* A sua palavra obrigatoriamente prevalece sobre qualquer outra.
Sempre enaltece suas supostas qualidades.
* No auge de sua falsa modéstia, diz que seu maior “defeito” é ser perfeccionista
* Critica à todos, porém desconhece o que seja autocrítica
* É egoísta, mas exige solidariedade das pessoas
* É mentiroso e acredita na própria mentira
* Não é respeitado e sim, temido
* Dificilmente agradece por um favor recebido, pois jamais reconhece que o recebeu
* Se considera o melhor amigo, o melhor conselheiro, o melhor filho, o melhor pai, o melhor marido, o melhor amante, o melhor profissional, o melhor sujeito e por isso raramente muda de atitude
* Passa a vida pensando que é querido por todos, quando na verdade é odiado por muitos
* Muitas vezes, tem uma vida infeliz ou medíocre, se achando a pessoa mais feliz do mundo
* O arrogante termina a vida se arrependendo tarde demais por tudo o que causou aos outros e à si mesmo.

Relacionamento abusivo: faça um breve teste.


Imagem intitulada Get Out of an Abusive Relationship Step 2

1.Ele grita com você?
2.Ele te deixa com a auto-estima baixa?
3.Ele regula o que você veste?
4. Ele regula com quem e pra onde sair?
5.Ele te deixa insegura, ameaça deixá-la se você não fizer o que ele quer?
6.Ele faz uso da força ou de pressão psicológica para ter relações sexuais com você?
7. Ele não respeita o seu não?
8.Ele te considera incapaz, inferioriza sua inteligência usando termos do tipo: "burra", "idiota", "você não é capaz", "você não entendeu o que eu disse"?
9.Faz gaslighting, te chamando de "louca", "neurótica e "desequilibrada"?
10.Ele já te agrediu fisicamente, desde empurrões, beliscões, puxões de cabelo, até socos e chutes?

Se sua resposta é sim para pelo menos uma dessas perguntas:miga, seu relacionamento é abusivo. Fuja desse tipo de relação, procure amigues, parentes que possam lhe ajudar. Se se sentir ameaçada, procure a delegacia da mulher, que mesmo com toda a burocracia, é a melhor medida a se tomar. Por favor, não se cale. NÃO SE CALE!

Repasse para suas amigas e familiares, juntas somos mais fortes!

Denuncie crimes virtuais!



Em tempos de ódio nas redes sociais, precisamos saber dos nossos direitos. Denuncie sites, postagens, perfis de redes sociais que contenham discurso de ódio, bullying, misoginia, pedofilia, homofobia, racismo ou qualquer preconceito e ofensa. Vamos tornar a internet um lugar mais seguro.

Denuncie:
http://new.safernet.org.br/denuncie
http://www.crimespelainternet.com.br/como-proceder-em-casos-de-crimes-digitais/

Crimes digitais relacionados a condutas criminosas:

Enquadramento no âmbito penal:
Crimes contra a honra (arts. 138,139 e 140 do CP);
Crime de ameaça (art. 147 do CP);
Furto (art. 155 do CP);
Extorsão (art. 158 do CP);
Extorsão Indireta (art. 160 do CP);
Apropriação indébita (art. 168 do CP);
Estelionato (art. 171 do CP);
Violação de direito autoral (art. 184 do CP);
Escárnio por motivo de religião (art. 208 do CP);
Favorecimento da prostituição (art. 228 do CP);
Ato obsceno (art.233 do CP);
Escrito ou objeto obsceno (art. 234 do CP);
Incitação ao crime (art. 286 do CP);
Apologia de crime ou criminoso (art. 287 do CP);
Pedofilia (art. 241 da Lei 8.069/90);
Crime de divulgação do nazismo (art. 20º §2º. da Lei
7.716/89).


Contato Delegacias de Crimes Eletrônicos:

São Paulo
Dúvidas e notícias de crimes podem ser feitas pelo e-mail: 4dp.dig.deic@policiacivil.sp.gov.br
Atende pelo telefone 11 2221-7030 .
Pessoalmente no endereço Av. Zaki Narchi, 152 - Carandiru - São Paulo/SP.
Rio de Janeiro
DRCI - Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática
Endereço: Rua da Relação, 42, 8º andar, Centro - Rio de Janeiro (RJ)
Fone: (21) 3399 - 3201/ 3399 - 3202
Belo Horizonte
DEICC - Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos
Av. Nossa Senhora de Fátima, 2855 - Bairro Carlos Prates - Belo Horizonte/MG
(ao lado da estação de Metrô Carlos Prates)
Fone: (31) 3201-7584
Curitiba
Polícia Civil do Paraná
Endereço: Rua José Loureiro 540, Centro - Curitiba (PR)
Fone: (41) 3883-8100 .
e-mail: cibercrimes@pc.pr.gov.br
Brasília
Divisão de crimes de Alta tecnologia - DICAT, Brasília (DF)
Endereço: Setor Áreas Isoladas Sudoeste, Bloco D - Brasília (DF).
Fone: (61) 3462-9531

Porque uma mulher desvaloriza a outra?

The Women Fighting for the Breeches by John Smith
(mulheres brigando por calçolas, enquanto um homem que presencia a cena parece rir.)


A mulher desvaloriza a outra por dois fatores: o primeiro é a reprodução do machismo que nos coloca uma contra outra. Segundo, é a única defesa que tem para se valorizar usando o conservadorismo e as amarras do machismo (achar que é superior em algo), usando suas próprias privações morais, físicas e emocionais, já que não tem autonomia sobre sí e nem respeito sobre suas vontades. Ela desrespeita a sí própria para em seguida desrespeitar a outra. Segue uma regra de padrões formulados pelo patriarcado para manipular e oprimir a mulher.

Falando em linguagem mais clara, funciona assim:
Tá passando um programa com uma modelo linda e o marido elogia a beleza da musa. Possuída pelo ódio a esposa diz: 'Assim é mole, arranca dinheiro de ômi rico pra gastar com plástica e shopping. Assim até eu.' Seguem mais falas:
'Fica posando nua, se amostrando, não se dá ao respeito, qual homem vai querer? Só pra sexo mesmo...'
'Essa daí? Eu duvido que não traia o marido com essa roupa vulgar.'
'Vai dizer que ela vai cuidar de casa, marido e filhos igual eu cuido? Essas mulheres só querem dinheiro. Bobo do homem que acredita.'
'Essa mulher não deve saber nem fritar um ovo pro marido e quer casar... Eu faço vatapá, estrogonofe, faço de tudo...'

Enfim, a mulher não perde a oportunidade de detonar a vizinha, a amiga, a desconhecida e até a irmã. O importante é mostrar que em algum aspecto se sente superior em relação a outra.

Mas que aspectos são esses? São legítimos? Porque te representam?
Usar batom vermelho é coisa de puta, tatuagem é coisa de puta, saia curta e decote, de puta. Quem te disse isso pela primeira vez? De onde você obteve essa informação? Da sua avó que reproduzia o machismo? Do seu tio que batia na sua tia? Na escola onde todos sempre reproduziram o machismo de seus familiares?

Entende como a coisa é intrínseca, densa? Ela parte de lá de trás, de um passado obscurecido buscando perpetuar esses preconceitos através das gerações. Mas ao se dar conta que estamos presas nesse ciclo vicioso, precisamos arrebentar essas correntes. Existe ainda uma tendência para esse pensamento. Enquanto na periferia as mulheres precisam ser prendadas e religiosas, na burguesia a mulher precisa ter além disso, dinheiro, beleza e curso superior.

Com a auto estima detonada e moldada para específicas funções, a mulher não tem a percepção de que todas nós somos livres. Não é o fato de não saber cozinhar que nos torna menores, não é o comprimento da roupa nem o decote que fala sobre nossa moral e ética. Não é nosso linguajar livre, recheado de palavrões que aliviam a alma, que vai dizer o nível cultural e social.

A nossa moral não é sobre um casamento na igreja e nem sobre casar virgem.
A nossa moral não é sobre ser separada, divorciada, ter filhos ou não.
A nossa moral não é sobre nossa opção sexual.
Não é sobre o estilo musical que ouvimos.
A nossa moral é sobre o que nos torna dignas perante a sociedade. É o trabalho, a generosidade, a humildade, a sabedoria, a empatia,  são os valores que trazemos na bagagem. A construção ética está acima de qualquer fenótipo, qualquer exigência superficial em relação a dignidade.

Vamos novamente equiparar. Brasília. Senadores, deputados, ministros com seus ternos caríssimos. São bem apessoados. Primam pela família tradicional. As mulheres usam terno ou tailler. Tudo muito sóbrio. O Brasil é um dos países mais corruptos do mundo. Essa gente arrumadinha falando bonito, está nesse nesse exato momento desfrutando do nosso dinheiro. São corruptos, ladrões de colarinho branco.

Muitas pessoas se escondem em imagens recatadas, usando a cultura padrão pra esconder suas desonestidades. O que queremos aquí não é desvirtuar o assunto mas mostrar que essa coisa de padrão tem utilidade pública. É através desse padrão que somos reguladas. Um padrão moral nascido com o cristianismo impondo submissão à mulher e fazendo com que as mulheres se tornem inimigas. Quer acabar com uma resistência? Fácil. Coloque seus oponentes uns contra os outros. Eles não terão tempo de reagir contra o inimigo. Ficarão lá brigando entre sí enquanto o verdadeiro inimigo entra no campo de batalha e vai destruindo um por um. Eis uma ferramenta do patriarcado.


Por Chriscia Costa.

Machismo no Rock e no Metal - Parte I

Por Chriscia Cross

Quem me conhece sabe que após um casamento abusivo me ví livre pra estudar música, fazer artes marciais e ser feliz.
Dedicava todo o meu tempo disponível aos estudos de música, fiz Villa Lobos, estudei com professores particulares de canto e guitarra. Parecia curada da depressão e da ansiedade. Comecei em uma banda modesta com letras de protesto e som punk. Não havia muito problema até uma letra ser rejeitada pelo baterista que era dono do estúdio. Ele era cristão e a letra protestava contra a corrupção religiosa. Entrei em outra banda som punk-thrash. Cheguei a fazer um show e foi aí que comecei a ter contato com a coisa toda. A maioria das bandas tinham essa coisa de 'rock é pra macho', 'pra quem toca sem camisa', pra quem urra mais grosso', 'nosso meio tem cerveja e coisas de homem'.

Eu tinha plena segurança que minhas composições eram boas e elogiadas ao passo que alguns integrantes mal sabiam ler cifras. Mesmo assim, algumas vezes quando me chamavam pra tocar em uma banda, o interesse era ter mulher pra chamar a atenção. Um adorno pra bandinha de machos deles. Fui entendendo como funcionava e comecei a rejeitar propostas. Rejeitei muitas pois analisando as falas, coisas do tipo: ' a gente quer uma integrante pra dar uma impulsionada na banda'. Tipo, caras vão ao show pra xavecar a mina da banda e isso é bom pra banda.

Meu sonho sempre foi ter uma banda de meninas mas como a vida é difícil, eu voltei a ficar muito deprimida. Em seguida, desenvolví um quadro de enxaqueca crônica que tenho até hoje. A medicação tira completamente a concentração, a memória vai pro espaço. Como se não bastasse o machismo, enfrentei também problemas de saúde. Passei por muitas bandas, sem me fixar em nenhuma. Vamos falar sobre o que ví e como sobrevivi:

Conheci meu namorado em uma banda. Começamos a compor coisas legais mas o líder da banda não gostou do fato de estarmos namorando e compondo pra banda. Ridicularizou nosso trabalho e me tirou da banda. Nota: Este sujeito não sabia nem ler um Dó na pauta. E eu meu namorado estamos juntos até hoje.

Estive em uma banda de playboyzinhos vikings. Como a banda era cover do Amom Amarth, eles viviam reclamando que não poderiam fazer a mesma performance porque os caras tocavam sem camisa como guerreiros e eles tinham uma mulher na banda. Nessa época estava começando a ficar muito doente e faltei alguns ensaios. Em um mês de início eles marcaram show e tive que tirar nove músicas para um show, porque o líder estava com pressa. Ele queria aparecer. Fizemos um show aos trancos e barrancos. O baterista esqueceu uma parte, o guitarrista solo se embolou. Mas eles tinham que reclamar do som da minha guitarra estar baixo, do meu equipamento e que toquei pro meu namorado que estava lá me dando força.  Assim como as namoradas deles estavam no evento também mas não havia problema. Não entendí... Aiás, a gente entendeu sim né meninas!

Uma outra banda, tudo corria muito bem. Eu compunha para a banda e estavamos gravando um cd demo. Tudo bem mas... O vocalista se apaixonou (ou faltou senso e respeito né, já que eu sou comprometida). Claro, saí da banda e foi algo muito ruim. A banda me fazia bem, éramos todos amigos e a banda acabou por isso. Coleguinhas machistas vão dizer: 'Por isso que não pode ter mulher em banda'. É mesmo? No seu trabalho não tem mulher? Na escola não tem mulher? Ou seja, a culpa é sempre da mulher que está alí instigando ou a culpa é do homem que não tem limites nem ética?

Muitos emails, inbox, homens me parando na rua e dizendo que queriam montar um projeto com uma mulher. E isso me perturbava pois eles nem se quer perguntavam sobre minhas experiências e habilidades. Era só uma imagem mesmo. Tem disso. Mas é só dizer não. A raiva passa.

Bom, passei por muitas legais, outras não pude manter por conta dos problemas de saúde. É muito triste passar o mês estudando algumas partituras e te dar um branco na hora do ensaio. É mito triste querer estar na música mas estar agonizando de dor na cama. Bom é isso. Além de uma figura feminina está toda uma vida. Suas lutas, seu passado, seus sonhos.

Eu sigo gostando muito do metal. Essa é minha visão interna, em que estive envolvida. No próximo vou falar das grandes bandas e todo o mercado mundial. Vai ser show! 

Aquí no primeiro show, eu tocava guitarra (banda se diluiu por ideologias diferentes punk x thrash, a amizade fica):
 

Última banda, Unconfined Souls, muito legal. A banda acabou após o desfalque de uma das guitarras: