Não há dados concretos sobre a origem da mutilação genital feminina (MGF). A mutilação generalizada parece ter tido origem na África Central na Idade Pedra.
Esta prática que consiste em extirpar total ou parcialmente os genitais externos femininos é um procedimento doloroso que entre outras coisas faz com que as relações sexuais em vez de serem agradáveis para a mulher são lesivas e humilhantes.
Principalmente nos países europeus as sanções não são muito eficazes pois há países que "fecham os olhos"...
Nos séculos XIX e XX as mulheres eram excisadas na Europa (no Reino Unido ) e nos EUA quando tinham problemas como histeria, epilepsia ou doenças mentais.
Segundo a OMS são excisadas 100 a 130 milhões de mulheres todos os anos com altos riscos de vida. Pratica-se geralmente em crianças dos 4 aos 10 anos.
Países onde mais se pratica:
Em África:
São 28 os países onde mais se praticam as mutilações femininas, sendo os piores o Sudão, a Somália, Djibouti, Etiópia , Burkina Fasso, Serra Leoa, e Gambia. Na Guiné-bissau 50% das mulheres são excisadas. Apenas 12 ou 20 países africanos têm leis ou recomendações que proíbem o MFG mas poucos têm leis especiais e eficazes.
Apenas 12 ou 20 países africanos têm leis ou recomendações que proíbem o MFG mas poucos têm leis especiais e eficazes.
Nos países Asiáticos:
Nalgumas comunidades como a Índia, Indonésia e Malásia.
No Médio Oriente:
Omán, Yemen, Bahrein e Emiratos Árabes Unidos.
Com a imigração começou a alastra-se a muitos países Europeus como a Áustria, a Alemanha, a Bélgica, a Franca, Países Baixos, Suécia e também Japão e Nova Zelândia
Iniciativas de alguns países para abolição destas terríveis praticas:
- Como complemento das informações proporcionadas por Alemanha e França no ano passado, a Suécia e Nova Zelândia informaram este ano quais as medidas adoptadas nos seus países para lutar contra tais praticas e que foram principalmente a adopção de medidas que consideram as MFG infracções penais sancionadas pelas respectivas legislações. Não têm sido contudo muito eficazes porque nestes países se "fecham os olhos" ao problema.
- Conforme consta no documento das Nações Unidas de 04 de Julho de 2001 e na medida em que as leis penais são numerosa mas longe de ser eficientes e eficazes em 100%, a Suécia e Nova Zelândia introduziram medidas preventivas dirigidas a mudar as mentalidades.
- O banco mundial admite reduzir a dívida dos países que combatam a excisão feminina.
O combate à excisão não está ainda na lista de prioridades políticas mas se os líderes do mundo decidirem acabar com ela isso é possível.
Luta pela Erradicação
Por insistência de algumas corajosas mulheres, o assunto tem sido divulgado.
Felizmente que desde o Sec. XIX se tem incrementado a luta pela abolição da mutilação genital feminina das mulheres. Simone Beauvoir a famosíssima escritora francesa foi quem denunciou ao mundo estas praticas tão desumanas que tem sido tabu ate há muito pouco tempo. Ela dizia: "NÃO NASCEMOS VITIMAS, MAS TORNAMO-NOS".
Depois da Simone de Beauvoir, tem sido Emma Bonino quem mais se tem batido pela abolição destas praticas consuetudinárias absolutamente condenáveis.
Sendo uma grande defensora dos direitos das mulheres, ganhou conjuntamente com outras mulheres o prémio da paz Príncipe das Astúrias-Espanha pelo seu trabalho. Pela luta contra a burka no Afeganistão, foi detida pelos talibans o que provocou um escândalo internacional, tendo em consequência ganho o premio Fleischman-Hillard Europe concedido anualmente ao melhor comunicador europeu pela revista Britânica PR Wee. Comissária europeia para ajuda humanitária tem sido um extraordinário exemplo do que as mulheres em posição de destaque podem fazer. Como parlamentar europeia, sugeriu em fins de 2000, em conjunto com outros colegas, uma proposta denunciando o dramático tema da MGF que foi assinada por 318 dos 626 membros e que propunham que o dia 29 de Novembro ficasse como o dia internacional contra a mutilação genital feminina. Essa proposta ainda não foi ratificada.
Segundo notícias da AFROL em Angola e no que se refere a MGF produziram-se, há anos, raros episódios em zonas de difícil acesso.
Em Portugal uma jovem jornalista do jornal o Público de nome Sofia Branco foi galardoada pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Éticas com o grande premio de jornalismo "Maria Lamas" em Junho de 2003 por um artigo sobre este tema.
Porque é necessário que se tome consciência deste flagelo que é uma das maiores violências contra as mulheres e porque a união faz a força, devemos juntar-nos às laboriosas mulheres que estão lutando árduamente e com imensas dificuldades para que possamos erradicar estas tão dramáticas praticas e para que as gerações vindouras possam ser mais saudáveis, felizes e livres nas suas opções.
Nós, as mulheres que dizemos presente a este chamamento, decidimos falar e actuar, conscientes de que o silêncio é sempre o melhor aliado de uma terrível prática que segue cobrando milhões de vítimas.
Mutilação Genital Feminina
Países que praticam a Mutilação Genital Feminina
São 28 os países do continente africano que mantêm os rituais iniciáticos que incluem alguma forma de mutilação genital feminina. A prática é referida ainda em algumas comunidades de países asiáticos, como Índia, Indonésia e Malásia; e do Oriente Médio, como Iêmen, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Omã.
Benim: 50% das mulheres.
Burkina Faso: 70% das mulheres.
Camarões: 20% das mulheres.
Chade: 60% das mulheres.
Costa do Marfim: 60% das mulheres.
Djibuti: 98% das mulheres.
Egipto: 80% das mulheres.
Eritreia: 90% das mulheres.
Etiópia: 90% das mulheres.
Gâmbia: 89% das mulheres.
Gana: 30% das mulheres.
Guiné-Bissau: 50% das mulheres.
Guiné-Conacri: 50% das mulheres.
Libéria: 60% das mulheres.
Mali: 80% das mulheres.
Mauritânia: 25% das mulheres.
Niger: 20% das mulheres.
Nigéria: 60% das mulheres.
Quénia: 50% das mulheres.
República Centro-Africana: 50% das mulheres.
República Democrática do Congo : (ex-Zaire): 5% das mulheres.
Senegal: 20% das mulheres.
Serra Leoa: 90% das mulheres.
Somália: 98% das mulheres.
Sudão: 89% das mulheres.
Tanzânia: 10% das mulheres.
Togo: 50% das mulheres.
Uganda: 5% das mulheres.
Incisão não significa Islã
As confusões entre excisão feminina e islã são freqüentes, não havendo qualquer razão para a prática ser relacionada com os muçulmanos, pois o Corão nada diz sobre o assunto, embora existam alguns ahadith (palavras e ações atribuídas a Maomé) que fazem referência a ela.
Do 1,2 bilhão de seguidores de Maomé existentes em todo o mundo, apenas uma quinta parte pratica a MGF. Além disso, o costume é também praticado pelos cristãos coptas do Egito, pelos cristãos e judeus falasha (ou Beta Israel) da Etiópia, pelos cristãos do Sudão e por várias tribos animistas.
Apesar de, no caso da Guiné, a excisão ser praticada apenas pelas comunidades islamizadas, isso não significa que a prática esteja relacionada com o islã. As origens da excisão são desconhecidas, mas sabe-se que recuam muito no tempo, fazendo dela uma prática milenar, que já foi seguida por muçulmanos, cristãos e judeus.
Dados: Unicef - publico.pt
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